Agora, eu sou um blog

Os últimos meses foram movimentados no mercado jornalístico brasileiro. Com os projetos de mudança editorial no IG e o lançamento do R7, portal da Record nos moldes do G1, muitos jornalões perderam grandes quadros e nomes importantes.

Um deles é Guilherme Barros, que assinava diariamente a coluna Mercado Aberto no caderno Dinheiro da Folha de S.Paulo e que estreia nas próximas semanas seu blog no IG. Em um evento na Máquina da Notícia, onde comentou a mudança, Barros respondeu perguntas sobre a interação com os leitores, nos comentários e no twitter. Ou melhor, não respondeu.

Ele disse não ter planos para utilizar os comentários no blog e mostrou praticamente desconhecer, ou duvidar, da serventia do twitter. Apesar de contar que se inspirou no norte-americano The Huffington Post, o jornalista ressaltou apenas duas características como vantagens da mudança do meio impresso para a internet: a possibilidade de publicar conteúdo multimídia e a facilidade de se publicar em qualquer lugar.

Aposto que Guilherme Barros não é o único jornalista "importado do meio impresso" que tem dificuldades em entender a audiência on-line, que é diferente da já consolidada no jornal. A dúvida que fica é se o investimento em nomes de peso para os novos portais trará bons resultados, principalmente se forem colocados no comando de blog. Será que ser um grande jornalista já basta para ter um grande blog? Precisamos de novos Lauros Jardins? É o que vamos descobrir.