É o fim da TV (como a conhecemos)

Quem ainda espera, ansiosamente, por aquele dia, aquela hora, quando vai passar aquele filme, ou aquele seriado, ou qualquer programa, na televisão? Em tempos de Youtube, Torrent e LegendasTV, grande parte da audiência televisiva migrou para a internet, ninguém mais (a não ser que seja um saudosista) espera chegar na televisão brasileira! É muito mais fácil baixar, guardar no computador e assistir quantas vezes quiser na hora em que se tem vontade. Hoje, além da contagem de séries mais assistidas, existe também a das séries mais baixadas da semana!

Como exemplo, na semana de 16 à 22 de março, a contagem de download de episódios foi:

1. Lost (1,570,000 milhões de downloads)
2. Desperate Housewives (680,000)
3. Battlestar Galactica (630,000)
4. 24 Horas (610,000)
5. House (580,000)
6. Family Guy (420,000)
7. Smallville (410,000)
8. The Big Bang Theory (400,000)
9. How I Met Your Mother (370,000)
10. South Park (360,000)

Enquanto isso, na TV:

1. American Idol - Quarta (23,705 milhões de telespectadores)
2. American Idol - Quinta (21,886)
3. Dancing With the Stars (21,224)
4. 60 Minutes (17,042)
5. NCIS (15,835)
6. The Mentalist (15,491)
7. Desperate Housewives (14,748)
8. Grey’s Anatomy (14,606)
9. Two And a Half Men (14,124)
10. Criminal Minds (13,741)

(fonte: Nielsen TV Ratings)

É engraçado perceber que a única série em comum entre as duas listas é Desperate Housewives e que a soma do número de downloads com o da audiência televisiva não chega nem próximo ao número de downloads da série Lost, que, por sua vez, não aparece entre as mais assistidas da televisão americana.

Falando em Lost, esse seriado foi um pioneiro no que hoje parece óbvio para a sobrevivência da televisão: a comunicação com a internet. Se você quer somente assistir Lost, ótimo, pode sentar no seu sofá comendo pipoca por 1 hora (contando os comerciais) e, quando acabar, só voltar a pensar nisso na próxima semana. Mas, se você quiser mais, pode se conectar e encontrar uma infinidade de coisas, desde fóruns de discussões criados por fãs até sites e jogos online feitos pelos próprios criadores da série (como o da companhia aérea ficticía Oceanic Air, da banda de um dos personagens e da Fundação Hanso).

Seguindo o exemplo de Lost, outras séries também começaram a investir na conexão entre a televisão e a internet: Heroes lançou uma séries de HQs online, Dexter convidou as pessoas a testarem seus instintos assassinos, True Blood lançou propagandas de seus produtos fictícios, e um dos personagens de House, MD (cuidado!contém spoilers!) ganhou um memorial com direito a obtuário e bilhetes de outros personagens, após cometer suicídio.

Demorou, mas finalmente os produtores parecem estar aprendendo que a internet não é (só) um ladrão de audiência, mas sim o melhor instrumento para interagir com quem assiste e garantir que continuem assistindo.